domingo, 17 de fevereiro de 2019

INACREDITÁVEL, MAS, ESPERO, COM EFEITOS



(Duas matérias aparentemente desconexas. De um lado, a contabilidade criativa da Amazon. Do outro, a capa desta semana do Economist, com o registo da emergência do chamado “millennial socialism”. Mas a esperança de que possam estar conectadas no futuro.)

De abalada para uma viagem de trabalho ao Algarve, que já não se recomenda a ninguém já com alguma idade, ida com levantar com as galinhas de comboio e regresso ao fim da noite na única hipótese da Ryanair, pouco tempo para a pesquisa do blogue.

Por isso, apenas o confronto entre um gráfico e uma capa.

O gráfico valeu um tweet a Gabriel Zucman (link aqui), com o título de incrível. A evolução dos lucros da Amazon vista em confronto com a punção fiscal de quem tido sido alvo lança-nos na mais pura perplexidade, tanta quanto alguns créditos mal parados assumidos pela Caixa Geral de Depósitos. Compreendemos a posteriori o êxito da anterior campanha de Bernie Sanders e a emergência de alguns novos rostos entre os Democratas.

Quanto à capa do Economist, ela traz-nos um registo de esperança de rejuvenescimento para a esquerda socialista, embora a revista fiel ao seu ideário defenda que o fenómeno do “millennial socialism” não é aquilo que a reforma do capitalismo necessita. A revista lá sabe as linhas com que se coze. Cá por mim o fenómeno não pode ser senão esperançoso, embora rapidamente elas esmoreçam quando vemos Pedro Marques à frente da lista do PS para as Europeias de Maio.

Mas em meu entender há uma conexão entre os dois registos e por isso os alinhei no post. Talvez não uma conexão para já visível ou já manifestada. Mas certamente uma conexão futura, sobretudo se os gráficos da Amazon vierem para ficar e se multiplicarem por outros gigantes e artistas no drible à punção fiscal.

Pelo menos é o que eu espero.

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