Os mais recentes dados do INE sobre a evolução do emprego em Portugal permitem várias observações interessantes e dignas de nota. Designadamente: (i) a população empregada alcançou em 2018 um nível praticamente equivalente ao que tinha há vinte anos, mas ainda regista menos 250 a 270 mil trabalhadores em relação aos anos de pico anteriores à crise de 2008; (ii) os últimos cinco anos recuperaram 437 mil empregos por comparação com o ponto mais baixo do emprego atingido em 2013; (iii) o caráter cíclico da economia (salvé, Rui Rio!) está bem patente no gráfico imediatamente acima, embora haja exageros intoleráveis como a dramática variação negativa da população empregada no período 2009/2013 (só em 2012, perderam-se em Portugal quase 200 mil empregos!); (iv) os últimos dois anos conheceram uma variação invulgarmente positiva da população empregada, ultrapassando os 260 mil empregos criados (para um total de 367 mil no conjunto do período da chamada “geringonça”).
Dito isto num plano claramente positivo, saliente-se uma contrapartida a merecer atenção e preocupação: o trabalho precário permanece uma chaga social por eliminar. Com efeito, o número de trabalhadores por conta de outrem com vínculos laborais instáveis não infletiu tendência e continua a crescer desde quando a “troika” por cá começou a passar — 817,6 mil em 2011 e 891,4 mil atualmente. Não há bela sem senão, dirão alguns; há que enfrentar com seriedade este constrangedor problema, acrescentaria eu.
(https://www.jn.pt)
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