quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

UMA ENTREVISTA PARA AS ATAS


A entrevista concedida por Carlos Costa a José Gomes Ferreira, durante o último “Jornal da Noite” da SIC, constituiu-se numa peça relevante na perspetiva da desejável compreensão dos factos associados aos chamados “créditos ruinosos da CGD”. Com a opinião pública a ser literalmente inundada de ruído e manobras de diversão em toda a linha — como bem dizia António Lobo Xavier na última “Circulatura”, “reduzir o problema da Caixa a um problema do governador do Banco de Portugal ter lá estado durante uma certa fase do período investigado, para mim é negativo”, sublinhando ainda que “sempre soube o que se passou na Caixa ao longo destes quinze anos” ao contrário de “um conjunto grande de portugueses e de político que andavam distraídos” —, o governador defendeu com frontalidade o seu bom nome e a essência do seu mandato. Absolutamente inaceitável, em toda e qualquer circunstância, é a postura agressiva e inquisitória de um entrevistador impreparado que se vê a si próprio algures a meio caminho entre uma espécie de “provedoria do contribuinte” e um arremedo pretensioso de “acusador-mor do regime”. Em suma: num País que se levasse a sério...


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