domingo, 17 de fevereiro de 2019

QUIMERA


Um final de tarde invulgarmente alienante, levando-me a recordar a versatilidade do talento de Charles Chaplin enquanto génio do cinema que também compôs brilhantemente. No caso, “A Quimera do Ouro”, na sua recomposta versão original de 1925 e com a banda sonora que Chaplin lhe associou em 1941 interpretada pela Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música (sob direção musical de Jayce Ogren) em acompanhamento ao vivo da projeção do filme. Oscilando entre o profundamente romântico e comovente e o perdidamente mordaz e cómico, a sucessão de episódios — da refeição com uma bota cozida à dança com pão e garfos, das cenas na cabana sob uma forte tempestade de neve à valsa com um cão à trela — que é protagonizada pelo famoso Vagabundo que tenta a sorte no Alasca durante a febre do ouro transporta-nos para um outro e quase irreal patamar de humanidade.

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