(Agustin Sciammarella, http://elpais.com)
Tem muito de estranho o prolongamento da tensão política que vamos conhecendo mediaticamente a partir da Venezuela, com a inerente expressão em termos de pressões e declarações diplomáticas de toda a sorte que nos chegam das capitais de todo o mundo. Que Maduro acabou é bom de ver a todos os níveis, das ruas à sua crescente e desesperada gritaria pseudo-patriótica. Mas que possa chegar ao melhor porto a estratégia de Guaidó — corajoso sem dúvida mas algo aventureiro também e sobretudo perdido entre a fome invasora de Trump e o inconsequente unilateralismo europeu — é algo de que é legítimo descrer, já que nada garante controlo sobre toda esta explosiva mistura nem que dela possa resultar uma saída airosa e pacífica para o povo venezuelano. A posição de Guterres torna-se, assim, a mais sensata: “O secretariado da ONU decidiu não fazer parte de nenhum desses grupos a fim de manter a credibilidade da nossa oferta de bons ofícios a ambos os lados para estarmos em condições, a pedido deles, de ajudar a encontrar uma solução política”. Enquanto isto, e do lado dos apoios a Maduro (dominados por russos, chineses e turcos), impera mais a necessidade de salvaguardar interesses adquiridos do que o peso de grandes princípios do tipo dos proclamados pelo nosso PCP, guardião de um templo onde já ninguém vai rezar — é, de facto, notável, e quase digno de apreço, o modo como uma ortodoxia desajustada consegue reproduzir-se, negando a realidade objetiva e enchendo o espaço público de velhos e novos irmanados na inquebrantável fé que os une. Voltando à Venezuela, oxalá...
(Patrick Blower, http://www.telegraph.co.uk)
(Nicolas Vadot, http://www.levif.be)
(Emilio Giannelli, http://www.corriere.it)
(Jean Plantu, http://lemonde.fr)
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