sábado, 23 de fevereiro de 2019

O DILEMA DE ALVALADE


Foi o grande tema nacional durante muitos meses. Com dificuldades múltiplas, a coisa acabou por acalmar com a ajuda mais ou menos atropelada de alguns notáveis e de um subsequente e disputado processo eleitoral, que deu Varandas. Bruno pareceu acatar e calar, pelo menos taticamente, mas não resistiu aos holofotes —e, dizem alguns, à necessidade —e lá veio a público para lançar um livro a contar tudo (?), dando entrevistas alucinantes a torto e a direito. Ontem, o presidente em exercício resolveu vir pô-lo na ordem, adiantando alguns primeiros resultados da auditoria forense feita às contas do Sporting e revelando má gestão e aproveitamentos pessoais do seu antecessor.

A guerra está assim reaberta, tanto mais que a componente desportiva não está, nem podia estar, a bombar devidamente. Do lado dos adeptos — e sei bem do que falo! — a sede é imensa e a ilusão de amanhãs cantantes prevalece, escondida embora sob capas de pseudo-superioridade moral, de roubos alheios ou de elitismos balofos; a meu ver, falta a Varandas e ao seu núcleo dirigente próximo um discurso de verdade, que para já os remeta para uma mera e garbosa afirmação do ecletismo somada a vitórias em modalidades ditas amadoras (ainda gostava de conhecer o respetivo preço no consolidado das contas do clube...) e, no futebol, para a oportunidade mais ou menos fortuita de umas Taças da Liga e de compensações pontuais com os golos e as assistências de Bruno Fernandes e, ainda assim, enquanto este por lá puder andar. O resto é treta!

(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

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