(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)
Foram relativamente animadas estas semanas de luta interna no CDS. Que culminaram com uma vitória das bases e do chamado “partido profundo” contra os que se consideram os herdeiros de Portas e os donos do “partido autêntico” (incrível, especialmente, a enorme assobiadela com que António Pires de Lima foi brindado quando subiu ao palco convencido de que lá ia dar as suas provocatórias instruções). A cara dessa vitória foi Francisco Rodrigues dos Santos, vulgo “Chicão”, sobre quem as opiniões se dividem entre os que o perspetivam como um jovem esforçado e conservadoramente convicto que poderá conseguir afirmar-se no seio do partido e, principalmente, fazê-lo ganhar espaço no seio de uma direita portuguesa muito espartilhada (face, sobretudo, aos desafios do “Chega” e do “Iniciativa Liberal) e os que o encaram como um imberbe algo ultramontano e sem dotes de competência política que lhe permitam reunir condições para tal. Não tenho um conhecimento por dentro que me permita formular uma opinião fundamentada, mas assim a cheiro tendo a ir mais pela segunda hipótese e a admitir, portanto, que este congresso poderá ter sido o do estertor de um partido que, tendo feito um caminho de décadas na democracia portuguesa, será a primeira vítima de uma recomposição inevitável das forças políticas tradicionais em Portugal.
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