(a partir de https://www.politico.com)
(excerto de Heiko Sakurai, https://edition.cnn.com)
De forma bastante discreta e tentativamente cuidada, Angela Merkel vai preparando a sua saída e ensaiando avanços em parcelas significativas do que pretende que seja o seu testamento político. A sua recente entrevista ao “Financial Times” (highlights acima) insere-se claramente nesta linha, com destaque para incursões na dimensão geopolítica (China, Estados Unidos, Europa) e para determinados dossiês mais ou menos escaldantes (Brexit, política de concorrência, união bancária). Três afirmações curiosas, de entre várias possíveis: (i) a partida do Reino Unido da União Europeia a ser definida como uma wake-up call para a Europa; (ii) a defesa precavida de uma atitude europeia e alemã que não exclua a China por meras razões de ameaça (do we (...) want to dismantle all interconnected global supply chains (...)?, interroga com inteira propriedade face a um mundo só em aparente recuo de globalização no plano económico); (iii) uma posição slightly hesitant sobre a união bancária, assente numa perspetiva ainda dominantemente nacionalista e assaz míope em termos europeus (reduzir os riscos internos antes de os mutualizar), aliás em contradição com a declarada consciência da chanceler quanto à pequenez da sua Alemanha no mundo atual – algo que, diga-se, se conduzisse a que se retirassem as devidas consequências por parte das lideranças alemãs poderia ser um basilar e promissor elemento para o futuro da Europa.
Sem comentários:
Enviar um comentário