sábado, 18 de janeiro de 2020

ESCOLHA FINAL NO PSD


(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)


Tem lugar hoje a segunda volta das eleições internas do PSD, da qual sairá o próximo líder da oposição em Portugal. Não faço ideia de nada de muito concreto que nos possa elucidar sobre os caminhos por que poderá evoluir esta disputa final entre Rio e Montenegro mas, sendo público e notório que o primeiro só não venceu à primeira volta por uma unha negra, tudo parece indicar (apesar de Relvas) que a liderança não mudará.

Também se especula sobre o que mais interessa a António Costa e ao PS nesta matéria, se um Rio mais centrista e disponível para concordâncias (que lhes irá ocupando concorrencialmente mas paulatinamente um espaço eleitoral mais moderado, aquele onde se diz que as eleições se ganham, e que eventualmente lhes facilitará algumas alternativas de saída orçamental em anos próximos mas que também deixará perigosamente mais livres espaços ocupáveis por direitismos radicais) ou se um Montenegro mais liberal e confrontativo (que procurará federar todo o descontentamento à direita e, assim, os atirará para a necessidade de prolongar conversas e negociações com as forças à sua esquerda).

(elaboração própria a partir de Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

Aproveito ainda para uma nota pessoal sobre a minha perceção quanto a Rui Rio e ao modo como ela tem evoluído. Apenas para sublinhar que, paradoxos à parte (como aquele que decorre da forma cega, surda e muda como se posicionou quando chegou a secretário-geral do seu partido), ele me tem vindo a surpreender algo positivamente, quer no modo como se atira ao debate político quando está para aí virado (foi, de facto, inesperada a sua prestação quando enfrentou António Costa nas recentes legislativas) quer no modo como se aguenta com alguma coerência nas suas tamancas (que, fruto do seu próprio amadurecimento e crescente experiência, talvez já tenham sido mais teimosias do que são hoje). Um ser contraditório, digamos assim – e não o somos todos? –, mas um personagem que não deixa de ir trazendo algumas lufadas de ar fresco à morrinhice política que impera neste nosso País à beira-mar plantado.

Logo veremos o que sucede mas, já agora, aproveito para aqui deixar as interessantes infografias que o “Jornal de Notícias” elaborou sobre o assunto (quer nas suas manifestações presentes quer no tocante aos seus dados históricos), as quais ajudam a avivar a nossa memória, a fazer algumas contas e a pôr certas questões em melhor contexto.


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