Se há coisa que me foi desvendada de forma brutal nestes anos em que voltei a desenvolver atividade próxima da política em todo o seu esplendor (digamos assim para sermos comedidos) essa foi a da irritante dominação do imediato, do desesperante desprezo pelo conhecimento concreto e da preocupante ausência de interesse transformador por parte da larguíssima maioria dos nossos agentes políticos. Num país com a nossa assustadora debilidade institucional, o somatório de tudo isto resulta num contributo objetivo para uma abertura escancarada de portas ao mais básico e desvairado dos populismos e, se não me engano muito, é nessa via que alegremente vamos insistindo em prosseguir. Prometo que um dia destes me explico melhor e, talvez até, com mais sentido de proposta do que de denúncia.
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