sexta-feira, 28 de agosto de 2020

GOLFGATE?



Não tenho qualquer informação privilegiada na matéria, apenas consultei grandes órgãos noticiosos europeus e irlandeses, alguns especialmente bem munidos de fontes, mas sustento um ponto: algo está escondido  por detrás da estranheza de todo o processo que levou à demissão do comissário europeu Phil Hogan. Não creio, pois, que se tenha tratado de uma mera questão de incumprimento de regras (aliás nem sempre muito claras) ligadas ao modo como lidou com a pandemia entre confinamentos, testes e jantares em clubes de golfe; por muito quadrada que seja a Comissão e os seus serviços nestas e noutras matérias. Há ali algo mais, que talvez o tempo possa vir a revelar, eventualmente no plano do relacionamento pessoal com Ursula von der Leyen depois de ter sido hipótese para liderar a OMC, no plano do papel que dele se espera ou não na atual configuração política interna irlandesa ou no plano mais geoestratégico decorrente da sua influência por via das responsabilidades negociais que detinha em sede de acordos de comércio internacional (ao serviço de quem ou contra o interesse de quem – pensemos numa triangulação Alemanha-UE-China ou no diálogo Estados Unidos-Europa, por exemplo –, isso é o que falta apurar). Um mistério a esclarecer que dirá muita coisa sobre pessoas, instituições e governos... 

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