Não conheço pessoalmente Álvaro Beleza (AB), mas de há muito que sigo a sua trajetória pública, sempre meritória mas nem sempre inteiramente consistente (a meu ver, claro). Ou seja: apreciei positivamente algumas das suas tomadas de posição mais frontais e corajosas, dentro e fora do PS a que pertence, e não gostei tanto de outras, sobretudo quando mais imediatistas e menos fundamentadas.
Algo que me deixou bastante bem impressionado foi o modo como deliberadamente se afastou da luta partidária após a derrota de António José Seguro, assim como o modo como subsequentemente continuou a procurar intervir na nossa vida coletiva em nome de causas e de afinamentos ideológicos ou pragmáticos. E, neste quadro, foi em junho passado que chegou à presidência da SEDES, uma prestigiada associação cívica que data de 1970 e já passou por muitos e bons momentos de contributo para a reflexão em torno das grandes questões nacionais.
A crer na crescente maturidade política que parece consolidada em AB, dele e da sua equipa (onde tem do melhor e do nem tanto) se espera um trabalho de que a SEDES tem estado recentemente algo arredada (apesar dos esforços de João Salgueiro, designadamente), em especial através de um novo recentramento e de uma abertura temática, ideológica e geográfica que garanta efetivo debate a uma sociedade tão carente na matéria quanto a nossa. A entrevista de AB ao “Dinheiro Vivo” deste fim de semana é disso um elemento promissor, não tanto pelo que é por ele comprovadamente afirmado mas bem mais pelo que é por ele posto em interrogação e, assim, se revela suscetível de respostas tentativas e devidamente capacitadas – porque o tempo não está para iluminati...
Sem comentários:
Enviar um comentário