(José Manuel Puebla, http://www.abc.es)
De Espanha chega-nos uma notícia algo surpreendente pelo seu lado súbito mas nada inesperada pelo irremediável avolumar dos factos e do seu impacto sobre a instituição monárquica e a pessoa do rei emérito: a da “segunda abdicação” de Juan Carlos, impondo-se este o seu próprio abandono do país – houve quem falasse de um autoexílio – e possivelmente um regresso ao seu bem conhecido refúgio lusitano de juventude no Estoril. Uma história que tem componentes clássicas por demais conhecidas no tocante a um tipo de masculinidade que fez época mas também uma novela triste pela sua origem, pelos seus sórdidos contornos e pelas responsabilidades públicas de um protagonista de quem se esperaria outro discernimento, sendo ele afinal um agente central da transição democrática espanhola. Digna até ao fim, a rainha Sofia mantem um silêncio certamente doloroso mas inescapável pela sua natureza e formação, enquanto Corinna Larsen ainda vai ter seguramente muito que explicar.
(Agustin Sciammarella, http://elpais.com)
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