Há muito que já se previa e sentia, mas as indicações do recentíssimo “Economic Outlook” da OCDE põem a coisa num patamar de desgraça bastante maior do que o que se vinha antecipando até ao momento. Basta atentar no simples e elucidativo facto de o Orçamento de Estado – sim, esse que Teodora Cardoso qualificou de “péssimo”, “a todos os títulos” e que materializou o PCP como tendo a chave desta legislatura (citando Paulo Trigo Pereira) – ter sido baseado num crescimento de 5,4% em 2021 e de aquela organização internacional estar agora a apontar para a hipotética observação de um crescimento três vezes menor nesse próximo ano (1,7%) e pouco superior no seguinte (1,9%); o que nos levaria, em acréscimo, para um nível de PIB em 2022 ainda abaixo do anterior à crise pandémica (i.e., último trimestre de 2019). Por sua vez, a taxa de desemprego continuará a subir até meados de 2021, para atingir quase dois dígitos antes de reentrar num ritmo descendente em seguida. A nossa retoma não vai ser nada fácil, portanto, tanto mais quanto será enquadrada por uma pandemia com fim incerto e uma situação sanitária nada tranquilizadora, por uma estrutura económica e social cheia de fragilidades, por uma liderança mais tática do que estratégica e por uma relação política de forças altamente controversa e tendencialmente instável. Nunca a palavra resiliência foi tão ajustada!
segunda-feira, 7 de dezembro de 2020
ISTO NÃO VAI SER MESMO NADA FÁCIL...
(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)
(a partir de https://www.dinheirovivo.pt)
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