É generalizadamente reconhecido que o Conselho Europeu da passada semana correu tanto quanto possível bem, designadamente ao ter garantido um acordo a 27 para o chamado “pacote de recuperação e resiliência” (com Merkel e a Presidência Alemã a ultrapassarem de modo hábil, o que não significa suficientemente condigno, as ameaças de veto húngaro e polaco) e, ainda, consensos em matéria de alterações climáticas (novas metas de redução das emissões), de combate à pandemia e de segurança e relações externas (designadamente no tocante à provocatória atuação da Turquia no Mediterrâneo Oriental).
So far so good, pelo menos até que próximos episódios possam surgir e não fora o continuado impasse que envolve o interminável dossiê do Brexit, entre uma intromissão majestática de Macron, uma linha vermelha pescada pelos britânicos, uma deslocação de Boris a Bruxelas para um inconclusivo jantar “íntimo” com Ursula, Barnier e as suas diplomacia e paciência de Jó, gritos soberanistas de BoJo e sucessivas e extenuantes horas extraordinárias que acabaram em fixação de um novo prazo de término para a véspera de Ano Novo (“enquanto for possível um acordo, continuaremos a negociar e, em paralelo, continuaremos a reforçar os planos de contingência”, disse o ministro alemão dos Negócios Estrangeiros) – cada vez mais se aplica aqui a máxima de que “prognósticos só no fim do jogo”, mas tudo vai levando a crer que as partes se estão a marcar na expectativa de algum deslize inesperado e que, em caso de tal não ocorrer, os medos e as incertezas poderão conduzir a um qualquer compromisso “honroso” de última hora. Mas, verdadeiramente, sabe-se lá!
(Paul Thomas, @Cartoon4sale)
(Morten Morland, http://www.thetimes.co.uk)
(Morten Morland, http://www.thetimes.co.uk)
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