(Eduardo dos Reis Evangelista, “Duke”, https://www.instagram.com/dukechargista)
(Flavia Álvarez Pedrosa, “Flavita Banana”, https://elpais.com)
Hoje não estou em maré de grandes tolerâncias e falinhas mansas! Porque o que está a acontecer na Europa no contexto da evolução pandémica, sobretudo no Centro e Leste do Continente (one continent, two pandemics), mostra quanto é absurda a defesa da liberdade desinserida do devido enquadramento concreto e desligada de um tratamento e consideração das dimensões técnicas, políticas, sociais e filosóficas que sejam guiados pelo máximo de objetividade possível.
Claro que todos conhecemos a existência de riscos e a necessidade de cautelas perante a doença em causa, e claro que uma vaga anda por aí, mas isso implica também uma crescente responsabilidade individual e coletiva, a qual não é compatível nem com qualquer tipo de proteção a negacionismos ridículos e baratos (sobretudo para os próprios) ― o exemplo austríaco é, deste ponto de vista, paradigmático ― nem com politiquices de pequena espécie ― o exemplo português, felizmente ainda controlado pela escala do problema atualmente em presença, começa a apontar no sentido de um indesejável falatório político-partidário que a aproximação das eleições poderá vir a fazer recrudescer.
É tempo, também, de a União Europeia passar a ser menos branda com os seus Estados membros menos capazes de se posicionarem de modo frontal e sério perante os piores contornos do problema e o seu potencial de efeitos internos e externos ― países cujas autoridades integram declarados negacionistas, como a Bulgária, estão a mais num concerto de nações que se pretende solidário e respeitador de normas comuns; países cuja aceitação de vontades individuais de não vacinação em termos pouco mais do que críticos acabarão derrotados às mãos de manobras terroristas totalmente destruidoras e sem qualquer sentido útil.
(Pierre Kroll, http://www.lesoir.be)
(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)
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