quinta-feira, 25 de novembro de 2021

QUE É FEITO DE TSIPRAS?

(Ilias Makris, http://www.kathimerini.gr))

Alexis Tsipras foi um protagonista relevante deste blogue aquando da sua passagem pela liderança do governo grego ao tempo da crise das dívidas soberanas e das suas múltiplas e frequentemente infelizes vicissitudes. Em 2019, como quase sempre acontece em democracia, a direita grega surgiu a eleições comandada por uma figura relativamente cinzenta e pouco conhecida (Kyriakos Mitsotakis) mas dotada de um discurso sério e convincente e, como viria a confirmar-se, de um grau de preparação técnico e político bastante acima da média habitualmente disponível. E assim tem o tempo corrido.

Entretanto, haverá eleições em 2023 e o interesse pelas análises sobre as mesmas recomeça a vir à tona. A mais recente poll of polls do “Politico” parece apontar para um ligeiro reforço da “Nova Democracia” e para alguma quebra da coligação de esquerda radical encabeçada pelo “Syriza” e por Tsipras, com os afiliados do S&D (o  “Kinima Allagis” ou “Movement for Change”, que integra o PASOK e por onde anda envolvido o azarado George Papandreou) e os comunistas a subirem paulatinamente (11% e 7%, respetivamente, na última referência) e todos os restantes movimentos partidários bastante abaixo (incluindo o do nosso bem conhecido Varoufakis).

 

Mas o mais relevante de tudo, voltando a Tsipras, está no facto de ele ser hoje um político de “poderes” diminuídos na sociedade grega, o que resulta claro de um outro estudo de opinião segundo o qual os seus concidadãos declaram preferir votar em qualquer dos candidatos alternativos possíveis das diversas áreas partidárias do que nele. Ou seja, a situação política grega vai ser interessante de seguir nos menos de dois anos de que dista o próximo ato eleitoral, por uma banda porque o “Syriza” está na luta e ainda detém influência significativa no país, por outra banda porque a notoriedade e o carisma de Tsipras parecem em perda e assim mais suscetíveis de determinarem uma renovação da vitória do surpreendente Mitsotakis.

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