(Sucedem-se os Grandes que tombam no domínio das Artes. Desta vez é o desaparecimento de Nelson Freire, a sensibilidade no piano, a quem devo horas e horas de pura usufruição e cujos discos ficarão num lugar especial na estante, ao lado da obra da sua Grande Amiga Martha Argerich. E que melhor maneira de assinalar este obituário do que registar as palavras da sua Amiga, no aqui visitado Martha Argerich Raconte.)
Diz Martha:
“Ele sente tudo o que eu sinto, conhece-me de cor, sabe de todos os meus defeitos. Faz-me rir. Ao piano, é a pessoa mais dotada que algum dia encontrei. É muito raro. Muitos falam dela mas poucos sabem verdadeiramente o que é.
Nelson disse-me recentemente: “Não achas que eles exageram quando nos aplaudem? Será pela nossa idade que se explica o nosso êxito?”. Eu, quando tocamos juntos, digo para mim próprio: “nada mal para estes velhotes”.
In Olivier Bellamy, Martha Argerich Raconte, pag. 194
A singeleza de uma cumplicidade profunda em torno da música e do piano e de uma Amizade profunda, pouco comum neste mundo da música.
Ouçam-nos tocar em Salzburgo (link aqui).
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