sábado, 13 de novembro de 2021

UM PEQUENO RELATO

Bom dia, então! Acho que vos devo apenas aqui falar sobre o mal que por cá grassou de modo surdo e inesperado, além de assustador, sem contudo me prender a detalhes mais ou menos traumáticos ou que não vêm ao caso nesta circunstância concreta e que remeterei para conversas pessoais mais íntimas e de geometria mais abrangentemente variável.

 

Quero, antes de tudo, avisar toda a gente no sentido da indiscutibilidade de se recorrer ao INEM em situações que pareçam requerer apoio médico especial, sendo essa a via mais competente e célere de nos levar ao objetivo de um tratamento atempado e adequado ― nunca, mas nunca, deixem de o fazer, caindo na tentação de encaminhamentos privados para urgências hospitalares; neste quadro, o jovem internista João Lusquinhos justifica um aceno especial.

 

Depois, quero louvar a qualidade e a simpatia dos serviços de Hospital São João, sobretudo nas suas áreas de cuidados intensivos, de hemodinâmica (onde impera o extraordinário e experiente Professor João Carlos Silva, a quem devo grande parte do sucesso imediatamente subsequente à chegada ao local) e de cardiologia (coronária), sendo este serviço absolutamente do primeiríssimo mundo sob a liderança sabedora, confiável e ponderada do Professor Filipe Macedo e integrando toda uma equipa de profissionais médicos (no meu caso, terei de distinguir os nomes de Paula Dias e Manuel Vaz), de enfermaria e auxiliares ― será talvez injusto, não por eles próprios mas por vários dos seus outros colegas, que aqui distinga o enfermeiro Tó Zé e a enfermeira Emília ou a auxiliar Catarina como exemplos vivos de “nota dez” no atendimento.

 

E acho que já basta! Ou, pensando melhor, talvez que ainda valha a pena dar-vos conta de quanto um doente razoavelmente consciente pode sofrer naqueles blocos de internamento com o entretenimento único de horas sucessivas dos quatro canais generalistas, sendo realmente deprimente e até doentiamente enervante a programação da RTP1, da SIC e da TVI ― uma vergonha sem nome e a que alguma autoridade reguladora devia procurar pôr algum cobro minimizador! O mesmo Portugal que ostenta zonas de um SNS daquela excelência não pode paralelamente pactuar com isto e alimentar tal degredo!

 

(Andrés Rábago García, “El Roto”, http://elpais.com)

3 comentários:

  1. '(...) recorrer ao INEM em situações que pareçam requerer apoio médico especial, sendo essa a via mais competente e célere de nos levar ao objetivo de um tratamento atempado e adequado'. Bem, depende.
    Para isso, seria necessário que, não apenas para uso pelo INEM mas por outros serviços de socorro, existisse um sistema preciso e eficaz de localização das vítimas, evitando o que sucedeu com uma pessoa das minhas relações - e a tantas outras como ela... -, em que a ambulância andou perdida por terras de nomes semelhantes, apenas porque a informação lhe foi transmitida de forma deficiente pelo operador de 'call center' que tomou nota da mensagem.
    Analisei, pormenorizadamente, esta situação e formulei uma proposta bem concreta em https://mosaicosemportugues.blogspot.com/2021/09/inem-112-socorro-ambulancia-perdeu-se.html, que tenho o gosto de convidar a visitar, comentar e, se mérito lhe encontrar, divulgar.
    Votos de um excelente fim-de-semana.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Boa tarde! Agradeço muito o seu interesse e as reações por ele manifestadas. Não obstante, o meu ponto tinha mais a ver com uma experiência pessoal concreta do que com eventuais comparações contraditórias. Tanto mais que haverá ainda que considerar a dimensão urbana e a distância em relação ao hospital.
      Porque, e sabendo-se que apenas 40% dos portugueses recorrem ao INEM, reputo esse facto de alguma desiformação face às condições de tratamento hoje existentes, sobretudo nas áreas de maior excelência do nosso SNS.
      Em nada querendo polemizar ou minorar a sua proposta concreta, foi apenas meu objetivo o de procurar dar um contributo útil para alguns tipos de pessoas em determinadas localizações.
      Dito tudo isto, reafirmo o meu agradecimento e envio-lhe os meus melhores cumprimentos.

      Eliminar