(Apenas um curto complemento ao meu post de ontem, convicto de que a evolução dos acontecimentos me irá dar razão. Analisando algumas das afirmações publicadas da reunião do Conselho Nacional do PSD, sobretudo aquela do sonso Aguiar Branco segundo a qual Pedro Nuno Santos terá feito mais mal à democracia em seis dias do que o Chega em seis anos e que mereceram de Daniel Oliveira um artigo à altura desses dislates, a incomodidade do PSD e o estilo de reação mostram que o partido caminha para um processo adaptativo de tristes repercussões. Se compararmos esses dislates com a posição serena e minoritária de Jorge Moreira da Silva, segundo o qual o PSD não terá ainda compreendido a gravidade do lio em que se deixou apanhar, compreendemos bem o sentido mais profundo da transição em curso. A decência e a lucidez passarão a ser minoritárias, tão minoritárias que muito provavelmente irão à sua vida, não estando interessados em conviver sequer com mentes em plano tão inclinado para a mais grotesca radicalização. O PSD das redes de interesses locais e dos brokers e facilitadores que Montenegro tão bem representa instalará as suas bases e secará à sua volta qualquer outro modelo de participação na vida política. Tenho para mim que, por reflexo, ou seja, compreendendo o que lhe pode acontecer se não arrepiar caminho e optar por outro modelo, o PS tem aqui uma grande oportunidade de se diferenciar do processo adaptativo que o PSD está agora a protagonizar, capturado pelos que agora sentem tanta incomodidade com a queda do Governo minoritário.)
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