sábado, 1 de março de 2025

UM FILME NÃO NOMEADO PARA OS ÓSCARES

(Nicolas Vadot, http://www.levif.be

Este é o fim de semana dos Óscares, um momento sempre interessante pese embora algum favorecimento corporativo que também encerra. Por coincidência, a cerimónia deste ano acontece quando no país do cinema os ecrãs da vida real nos trazem o filme da sucessão de evidências associada à súbita e sem precedentes convulsão resultante da chegada ao poder do truculento e selvagem Donald Trump, ademais acompanhado por um desvairado e interesseiro bando de empresários tecnológicos liderados por Elon Musk e por uma invertebrada e rastejante coleção de seguidores encabeçada pelo vice J. D. Vance. Alguém escreveu por estes dias, e com inteira propriedade, que toda esta comandita está a destruir sob os nossos olhos a herança dos tempos de Roosevelt. E, efetivamente, já não é fácil ordenar, sob qualquer critério de mau gosto ou ausência de mínimos de qualquer espécie, o grotesco das situações que nos têm sido dadas a conhecer sob o alto patrocínio de Trump, Musk e Cia. Depois do episódio de ontem na Casa Branca, onde Zelensky fez o que pôde para defender a respeitabilidade e honra do seu país há três anos alvo de agressão por parte da Federação Russa, apenas nos resta esperar que o fardo das consequências possa ser tão limitado quanto possível para a Ucrânia e a Europa, algo que hoje ninguém se atreve a considerar provável diante da loucura prevalecente no novo mundo “trumputiniano” que vai ganhando forma – nunca pensei dizê-lo deste modo, mas talvez que a nossa melhor esperança possa acabar por estar localizada na China de Xi... Impensável e aterrador!

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