Aproveitando uma investigação realizada com outra finalidade, aqui deixo uma informação que julgo bastante sugestiva: a do significativo peso da população estrangeira legalmente residente em Portugal no total da população de cada município do País.
Acima, constatam-se os números mais relevantes (valores superiores a 15%), com Vila do Bispo a deter o recorde do indicador (43,7% da sua atual população é constituída por imigrantes) e o Porto (14,3%), Pedrogão Grande (20,9%) e Odemira (41,8%) a surgirem como casos únicos em relação aos registos identificados que se concentram à volta da Grande Lisboa e do Algarve. Abaixo, dois mapas complementares: o primeiro com informação equivalente à do quadro precedente e o segundo com saliência para todos os municípios que apresentam valores superiores aos da média nacional (a norte, além do Porto, também Valença, Bragança, Aveiro, Cerveira e Braga; fora de Lisboa e Algarve, alguns municípios vizinhos do Oeste e do Alentejo, incluindo o outlier Odemira – 41,8%).
Um sublinhado final para os estrondosos resultados agregados observados na Grande Lisboa e no Algarve, respetivamente 19,3% e 25,9% de cidadãos estrangeiros relativamente ao total (sendo que o rácio em questão sobe para 28,6% em Lisboa e para valores em torno dos 40% em Vila do Bispo, Albufeira e Lagos). De notar ainda que todos os concelhos destas duas regiões estão dentro do critério do segundo gráfico, enquanto do primeiro apenas não constam, por relativamente menos atingidos, Alcoutim no caso algarvio e Mafra, Oeiras e Vila Franca de Xira no caso da Capital.
Este é um conjunto de curiosidades que não deixam de ser, aqui e ali, assinalavelmente surpreendentes – a ponto de nos exigir, a todos, a responsabilidade de uma avaliação ponderada da razão de ser que preside, em cada situação concreta, aos números tradutores da actualidade em causa.
Sem comentários:
Enviar um comentário