sábado, 27 de janeiro de 2018

ACTORES



Está na reta final em Lisboa, mas em vias de partir para o Porto (atenção, portuenses e nortenhos!) a nova peça do encenador e dramaturgo Marco Martins, “Actores”. Anteontem à noite, tive a oportunidade de a ir ver ao Teatro Municipal São Luiz e de literalmente me empanturrar com a presença em cena de cinco profissionais excelentíssimos (também eles autores do trabalho de escrita coletiva em exibição): Bruno Nogueira, Mafalda Amaral (em substituição de Luísa Cruz), Miguel Guilherme, Nuno Lopes e Rita Cabaço.

Como explica o cartaz, “’Actores’ é uma criação coletiva resultado de uma reflexão sobre o trabalho do ator nas suas variadas formas de expressão. Um espetáculo feito através dos relatos autobiográficos – mais ou menos diarísticos, de cada um dos intérpretes, a partir de textos por si representados ao longo dos anos, associando pulverizações narrativas de grandes clássicos com textos de novela ou anúncios de rádio e televisão. Ao todo, são mais de 40 textos de diferentes autores resultando numa dramaturgia paralela e num olhar retrospetivo sobre a vida de cada um dos intérpretes.”

O resultado é simplesmente notável. Por um lado, pela ideia principal do texto, traduzida na transformação em ficção de um bem conseguido recurso à memória de carreira de cada intérprete (dos diferentes percursos ao trabalho em palco, das experiências iniciais aos medos nunca eliminados, das personagens interpretadas às falhas ocorridas). Por outro lado, pelos inúmeros momentos de brilhantismo e talento interpretativo de cada um dos cinco magníficos em cena – qual deles o melhor, as escolhas ficam terminantemente proibidas!

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