Ontem à noite na Pedreira de Braga, Jorge Jesus deu ao Sporting o título que se tornara indesejado em Alvalade desde aquele momento em que Lucílio Baptista, na final de 2009, se encarregara de contribuir para o entregar escandalosamente ao Benfica do mesmo Jorge Jesus. Este – guicho como não há igual no nosso futebol! – insiste em que as grandes penalidades são uma questão de saber e, sobretudo, patenteadoras do saber dele próprio que soube apostar em não arriscar demasiado durante os 90+90 minutos dos dois jogos disputados na Final Four para que, na decisão por penaltis, o grande Rui Patrício pudesse brilhar a grande altura como manifestamente brilhou. Claro que foi irrelevante para Jesus que tal tivesse ocorrido com dois passes que lhe quiseram dedicar Herrera e Aboubakar na meia-final, onde aliás Casillas também susteve duas entregas de Coates e William, ou sem qualquer defesa na final com os setubalenses – afinal, a trave e os postes também são matéria de transcendental influência para o guardião sportinguista, como bem ficou evidenciado nas prestações de Brahimi pelo FC Porto e do jovem Podstawski pelo Vitória. Mas há mais, e pior: é que o senhor Rui Costa recorreu ao VAR com a maior das diligências para atribuir ao Sporting o penalti com que Bas Dost empatou o jogo a dez minutos do seu final, mas não foi capaz de perceber que a mão de Podstawski só podia ser punida com um cartão vermelho, caso em que o dito já não teria constado da lista dos cinco escalados do Vitória e não poderia assim ter ficado possuído perante os poderes espirituais de Rui Patrício que o levaram a chutar à barra no único pontapé falhado pelos verdes de Setúbal. Nove anos depois, é tempo de a Taça Lucílio mudar de nome e passar a designar-se por Taça Rui, metade Costa e metade Patrício; Jesus, humildemente, prescinde de qualquer honraria...
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