segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

O PRAZO DE MARINHO


Tinha guardado este recorte do “Público”, onde se faz chamamento para uma entrevista com Marinho e Pinto, para assinalar algo que – tantos anos depois – ainda me continua a causar perplexidade e a provocar pele de galinha. Refiro-me ao modo como a vaidade, seja pela incapacidade de lidar com a ausência ou pela simples irresistibilidade a exibir protagonismo, leva um homem a autorizar-se o seu próprio downgrading e a cair no abastardamento. Marinho e Pinto, que julgo ter sido um bastonário da Ordem dos Advogados corajoso e focado em causas (mesmo que haja quem pense que nem todas foram as melhores), não soube conviver com a perda, andou a brincar aos partidos e ao populismo e acabou nos braços duvidosamente recomendáveis dos liberais europeus. Pois, ele é aquele que vem agora declarar-nos estar no fim do prazo – se tal for o caso, o que não é necessariamente verdade quanto ao essencial, guardemos então na memória o que de bom nos foi deixando enquanto eram os valores que falavam pela sua boca...

Sem comentários:

Enviar um comentário