O foco da Europa política continua orientado para terras teutónicas. Com a decisão de avançar na procura de um acordo com Merkel a ter sido arrancada a ferros por Schulz (que também jogava a sua última cartada em termos de sobrevivência política) dentro do SPD. Veja-se, aliás, o modo como esse agora mais que provável acordo é criticamente encarado pela maioria dos observadores (imagem de capa do “Die Tageszeitung”, acima, explicitando ironicamente que Merkel vai continuar a ser a chefe do SPD). Mas se o SPD volta a ficar amarrado e a adiar um desejo geracional de afirmação social-democrata, é também preciso dizer com frontalidade que a situação em presença não só não garantia grandes perspetivas de uma melhor solução imediata para a Alemanha (e para a Europa) como talvez ajude a suster conjunturalmente alguns desmandos e até a rechaçar cenários de tipo arrepiante e mais do que hipotéticos – agora, a chave da dimensão do problema a haver (?) vai estar no deliver que venha a resultar desta reedição da GroKo (voltando a estar em cima da mesa com grande força interrogações sobre a verdadeira visão de Merkel e a sua vontade e capacidade para criar condições para uma passagem de testemunho com real peso diferenciador), tanto mais quanto a extrema-direita ficará à solta na oposição e a capitalizar desilusões e eventuais desvios percebidos pelos cidadãos. Ou seja: eu não sou de todo daqueles que embandeiram em arco nem dos que ficam especialmente descansados com o que se nos apresentará a médio prazo com epicentro em Berlim e réplicas bruxelenses...
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