domingo, 21 de janeiro de 2018

PAUL ROMER EM DIFICULDADES




(Há dias, discuti neste espaço a nota crítica que o economista-chefe do Banco Mundial Paul Romer assumiu em entrevista ao Wall Street Journal sobre a maneira como não foram devidamente comunicadas alterações ao índice sintético do DOING BUSINESS. Para quem quis ler havia naquela entrevista uma clara alusão a intenções políticas ocultas nas mudanças introduzidas e que tiveram impacto político no Chile. Pois agora, Romer aparentemente retrata—se, o que é um sinal de dificuldades .)

Li e reli a entrevista ao Wall Street e uma de duas: ou o jornal inventou ou então Romer queria dizer alguma coisa. Não estamos um principiante.

Pois, no seu próprio blogue, apressou-se a desmentir o enquadramento político das suas próprias dúvidas. Ou muito me engano ou Romer não vai parar por muito tempo no lugar, com a meritória agenda de melhorar a comunicação da informação económica a cargo do Banco Mundial.

Para que fique clara a minha interpretação, reproduzo o post-desmentido do economista-chefe do Banco Mundial:

Os meus não claros comentários sobre o Relatório DOING BUSINESS

Numa conversa com um repórter, fiz comentários sobre o relatório Doing Business que deram a impressão de que eu alimentava suspeitas sobre manipulação política ou enviesamento. Isso não foi o que quis dizer ou que penei ter dito. Não tenho qualquer sinal de manipulação dos números publicados no Doing Business ou em qualquer outro relatório do Banco Mundial.
O que quis dizer é que muitos de nós no Banco acreditam que poderíamos ter um melhor desempenho explicando o que os nossos números significam.
Na produção do relatório DB, alterámos os nossos métodos por razões sólidas. Essas alterações foram consideradas com cautela. Mas quando implementámos tais alterações, deveríamos ter explicado melhor porque é que por exemplo o lugar do Chile no ranking desceu.
Já melhorámos a compreensão do relatório DG de 2018 comparando-o com os métodos do DB 2017. Para ser mais transparentes, também publicámos adicionalmente os dados subjacentes e mais dos pormenores implícitos nos cálculos.
Haverá sempre, como é óbvio, matéria para nos fazermos entender mais claramente. Lamento que na minha tentativa de promover a clareza, não tenha sido eu próprio claro.”

O inferno das notícias está cheio de expressões de não queria dizer isto ou aquilo. É música repetitiva. Regra geral significam sempre entalanços e dificuldades. Provavelmente é este também o caso. Por isso, não espero uma grande estadia do economista-chefe no Banco Mundial.

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