(Há dias, discuti neste espaço a nota crítica que o economista-chefe
do Banco Mundial Paul Romer assumiu em entrevista ao Wall Street Journal sobre a
maneira como não foram devidamente comunicadas alterações ao índice sintético
do DOING BUSINESS. Para quem
quis ler havia naquela entrevista uma clara alusão a intenções políticas
ocultas nas mudanças introduzidas e que tiveram impacto político no Chile. Pois
agora, Romer aparentemente retrata—se, o que é um sinal de dificuldades .)
Li e reli a entrevista ao Wall
Street e uma de duas: ou o jornal inventou ou então Romer queria dizer alguma
coisa. Não estamos um principiante.
Pois, no seu próprio blogue, apressou-se a desmentir o enquadramento político
das suas próprias dúvidas. Ou muito me engano ou Romer não vai parar por muito
tempo no lugar, com a meritória agenda de melhorar a comunicação da informação económica
a cargo do Banco Mundial.
Para que fique clara a minha interpretação, reproduzo o post-desmentido do
economista-chefe do Banco Mundial:
“Os meus
não claros comentários sobre o Relatório DOING BUSINESS
Numa
conversa com um repórter, fiz comentários sobre o relatório Doing Business que
deram a impressão de que eu alimentava suspeitas sobre manipulação política ou enviesamento.
Isso não foi o que quis dizer ou que penei ter dito. Não tenho qualquer sinal
de manipulação dos números publicados no Doing Business ou em qualquer outro
relatório do Banco Mundial.
O que quis
dizer é que muitos de nós no Banco acreditam que poderíamos ter um melhor
desempenho explicando o que os nossos números significam.
Na produção
do relatório DB, alterámos os nossos métodos por razões sólidas. Essas alterações
foram consideradas com cautela. Mas quando implementámos tais alterações, deveríamos
ter explicado melhor porque é que por exemplo o lugar do Chile no ranking
desceu.
Já melhorámos
a compreensão do relatório DG de 2018 comparando-o com os métodos do DB 2017. Para
ser mais transparentes, também publicámos
adicionalmente os dados subjacentes e mais dos pormenores implícitos nos cálculos.
Haverá
sempre, como é óbvio, matéria para nos fazermos entender mais claramente. Lamento
que na minha tentativa de promover a clareza, não tenha sido eu próprio claro.”
O inferno das notícias está cheio de expressões de não queria dizer isto ou
aquilo. É música repetitiva. Regra geral significam sempre entalanços e
dificuldades. Provavelmente é este também o caso. Por isso, não espero uma
grande estadia do economista-chefe no Banco Mundial.
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