Silvio Berlusconi, que hoje se apresenta essencialmente como o líder da diminuída “Forza Italia”, já conta com 86 anos bem vividos (embora cheios de maldades de variadíssima ordem, designadamente aquando das suas passagens pela chefia do governo italiano) mas insiste em se comportar como se estivesse em idade ainda mais propícia a estados demenciais.
No que toca às suas opções de natureza privada, chocam sem ferir suscetibilidades (que não sejam as guiadas por algum bom senso e normalidade) as suas incursões junto do “belo sexo”, tendo agora decidido tomar-se de amores por uma enfermeira que conheceu durante o seu período agudo de Covid-19 e com ela aparecer em frequentes e risíveis poses. Já no que toca às suas opções de natureza política, chocam ferindo suscetibilidades as suas incursões pró-putinianas (de verdadeiro mau gosto e completamente inaceitáveis ao abrigo de mínimos de decência democrática) e de assédio moral ao poder que a Direita estrutura em Itália (procurando condicionar a legitimidade de Giorgia Meloni e chantagear as suas escolhas governativas).
Odeio ter de dizer isto, mas o que me apetece mesmo dizer é que tem de haver limites socialmente definidos para a tolerância em relação ao exercício e ostentação do grotesco por determinados cidadãos (no concreto, as desvairadas libertinagens de Berlusconi e similares), mais não seja impondo idades máximas para o exercício de determinados cargos, a exemplo do que sucede com as obrigações de jubilação de professores e juízes. Uma ideia, aliás, que até nem calharia mal nalgumas outras realidades mais próximas de nós!
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