Uma das observações mais recorrentes ao longo do presente ano, isto é, na sequência da crise aberta pela “operação militar especial” com que os Russos brindaram os Ucranianos, tem sido a do quase generalizado reforço do valor relativo do dólar no concerto internacional. Num trabalho em curso sobre o tema e várias das suas adjacências, o meu bem conhecido de lombada Maurice Obstfeld ― ele foi o primeiro contemplado quando Paul Krugman decidiu abrir a autoria do seu consagrado livro “International Economics: Theory and Practice” (que eu utilizava complementarmente nas minhas aulas na FEP) ―, hoje professor em Berkeley e senior fellow no Peterson Institute for International Economics após ter sido “economista chefe” no FMI, e Haonan Zhou abordam exaustivamente a matéria sob diversas e interessantes perspetivas analíticas (“The global dollar cycle”, descarregável nos “Brookings Papers on Economic Activity”). Uma das evidências mais chamativas que é por lá apresentada tem a ver com a notória desproporção do peso do dólar nos ativos e transações globais quando comparado com o peso relativo da economia americana em termos globais (veja-se o gráfico acima reproduzido com a devida vénia). Um assunto que poderá vir a merecer outras incursões neste espaço, tanto mais quanto surge cada vez mais desafiada a supremacia dos Estados Unidos em múltiplas dimensões determinantes na equacionação do futuro da economia mundial.
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