No Domingo passado resolvi dedicar algum do meu precioso tempo de sono a ouvir ao vivo o debate, dito determinante, entre Lula da Silva e Jair Bolsonaro. Confirmei assim quanto sou um verdadeiro e incorrigível maduro! Porque, como se esperava, o debate foi pobre, confrangedor mesmo. Escapou apenas para positivos o facto de a discussão pouco ter descambado para a peixeirada que se anunciava.
ula começou bem ao ataque, recorrendo a termos factuais contra o adversário em cima de um tema muito palpável (a pandemia) em que este tem verdadeiros telhados de vidro e enormes culpas no cartório (recordem-se as suas anedóticas e lamentáveis intervenções nesse quadro); disso se ressentiu claramente Bolsonaro, assim posto à defesa, visivelmente bastante incomodado e embaraçado, durante toda a primeira das três partes do confronto. Depois, veio ao de cima a capacidade do atual presidente para fazer alguns estragos fáceis a partir do legado das presidências de Lula (corrupção no centro das acusações). Com este a evidenciar as razões pelas quais já não é um candidato suficientemente aceitável para comandar o Brasil a partir de 2023, ao mostrar-se um homem sem projeto e com a principal argumentação apenas assente no passado (seu e da sua governação); um passado relativamente ao qual tornou claro quanto o considera brilhante e irrepreensível ― o que não deixa de ser triste!
Aqui chegados, e com as sondagens a continuarem a indicar como mais provável uma pequena vantagem para Lula, mas também a deixarem “espaço para a dúvida”, volto à minha já aqui por diversas vezes referenciada: é pena que assim tenha de ser, que a escolha para o Brasil seja tão limitada quanto a que agora se apresenta aos brasileiros, mas pessoalmente sempre tenderia a optar pelo mal menor (porque controlado e apoiado em figuras que dão garantias) em detrimento do mal maior (porque achincalhante e democraticamente perigoso).
E ainda faltam doze longos dias!
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