Ainda quentinha, aí está a mais recente sondagem das legislativas francesas. Mostrando que a aliança à esquerda pouco tem capitalizado em crescimento, que o macronisme terá perdido em definitivo a sua capacidade de convencer e que a extrema-direita (com o trânsfuga Ciotti) não só não desce como sobe um pouco nas intenções de voto. É certo que cada dia conta, para o bem e para o mal, é igualmente certo que movimentos descontrolados podem ser a morte do artista (como foi o caso de Mélenchon ter vindo declarar que está certo de que vai governar aquele país!) e é ainda certo que as eleições são a duas voltas e o resultado da primeira pode ser revertido através de apelos desesperados (os Le Pen já perderam duas Presidenciais assim!) ou de mudanças profundas de estratégia (há quem afirme, por exemplo, que Macron está agora a desenvolver uma estratégia de ataque à esquerda, visando chegar milagrosamente à hipótese de disputar o máximo de segundas voltas, mas que após Domingo alterará profundamente o seu foco para se concentrar numa denúncia sem quartel da extrema-direita). Ou seja: a situação em França é consabidamente complexa e altamente perigosa, sendo provável que o jovem delfim de Marine Le Pen, Jordan Bardella (29 anos em setembro), venha a conseguir ser o próximo inquilino do “Hôtel Matignon”, a residência oficial parisiense do primeiro-ministro de França; não obstante, a unidade da esquerda mais ecologistas não deixa de surpreender pela sua abrangência e capacidade interna de diálogo, abrindo assim alguma expectativa no sentido de que o desastre anunciado possa ainda ser minorado. Em todo o caso, e como se diz no futebol, a verdade é que já estamos (os defensores da democracia liberal e do projeto europeu, quero dizer) a correr demasiadas vezes atrás do prejuízo...
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