(Construção própria a partir de https://stats.oecd.org)
Acedi a uma base de dados recentemente divulgada pela OCDE e relativa aos salários médios (à paridade do poder de compra) de um vasto conjunto de países da União Europeia. Pareceu-me útil utilizá-la para fazer um pequeno exercício adicional em torno da evolução comparada da situação da economia portuguesa no seu contexto. Decidi para isso retirar da amostra os seis países (Holanda, Luxemburgo, Bélgica, Áustria, Alemanha e Dinamarca) cujos níveis salariais se mostravam, já em 1995, significativamente superiores aos restantes dezasseis com valores disponibilizados; e trabalhei em cima destes por forma a registar graficamente o seu comportamento ao longo do quarto de século que se estendeu de 1995 a 2022 (ver acima).
O resultado é elucidativo, sobretudo na medida em que se constitui em mais um elemento de confirmação do torpor que caraterizou o desempenho nacional no período em causa (em linha, aliás, com o que se tem vindo a sublinhar quanto a perdas em termos de riqueza relativa per capita) – vejamos: enquanto, em 1995, Portugal era o país com o oitavo salário médio do conjunto da amostra e tinha atrás de si outros oito países parceiros, em 2022 já unicamente três economias (Hungria, Eslováquia e Grécia) evidenciam níveis salariais inferiores ao nosso. De notar, ainda, as contrastantes dinâmicas observadas nos três Países Bálticos (que partem de níveis médios de 40% do nosso e se encontram hoje a mais de 80% acima), na Chéquia e na Polónia, assim como uma equivalência sulista na mediocridade, ou seja, uma certa proximidade (embora a níveis absolutos mais elevados) entre o nosso caso e os de Espanha e Itália. Sendo talvez limitada a novidade aqui trazida, não deixo de admitir a pertinência do exercício na corroboração dos seus corolários analíticos.
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