sexta-feira, 21 de junho de 2024

DOIS CARLOS A MAIS!

Aqui está uma bela ilustração do que é e de como funciona a chamada “bolha política”! Eles, os nossos políticos, falam uns com os outros em círculo fechado, cada vez menos atentos ao que se passa “lá fora”. Deixando de lado a completa incongruência do PS em relação à lista conjunta ao Conselho de Estado que decidiu subscrever com a inclusão do nome de André Ventura – coisa diversa é a de admitir que ele acabaria eleito de qualquer modo com os votos do PSD, o que faria toda a diferença! –, a substituição de três figuras da sociedade civil, prestigiadas, experientes, com algum ou muito traquejo político e largamente afastadas das pequenas tricas partidárias (o poeta Manuel Alegre, o cientista Sampaio da Nóvoa e o economista Miguel Cadilhe) por dois “aparelhistas” militantes (Carlos César e Carlos Moedas) que pouco têm a acrescentar naquele fórum e a quem não falta espaço público e mediático para as respetivas pronúncias, e mesmo dando de barato a presença do líder da oposição Pedro Nuno Santos e a compreensível manutenção de Pinto Balsemão, vem tornar patente um desviante modo de estar que é transversal aos dois grandes partidos, em que a força indispensável dos penachos e das premiações dos serviços partidários prevalece sobre a oportunidade de um maior arejo por via de serem ouvidos mais alguns pontos de vista que vão sendo forjados fora daquela bolha maldita. Eis, pois, um exemplo da política no seu pior, quase deliberadamente alheia a tanto do que a rodeia...

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