domingo, 30 de junho de 2024

O QUE NÃO ME SAI DA CABEÇA...

Recorro à ideia subjacente a uma rubrica que é desenvolvida dentro do podcast “Comissão Política” do “Expresso” para confessar a minha presente obsessão com o que se está a passar no caminho para as eleições americanas de 5 de novembro, obsessão fortemente agravada pelo indescritível desenrolar do debate esta semana havido entre Biden e Trump. A meu ver, uma leitura correta dos sinais em presença aponta para uma catástrofe que parece iminente – vejam-se acima alguns posts do Twitter do “The New York Times”, cujo Editorial Board pediu a Biden o “serviço público” de anunciar a sua renúncia à reeleição, e mesmo reconhecendo que o que escreve este jornal de referência não corresponde minimamente ao sentir de largas franjas de eleitores americanos que nem sequer acedem a informação de origem liberal. Mas a dura realidade é a de que àquela catástrofe só o candidato Biden poderá estar em condições de acorrer, concretamente através de uma desistência voluntariamente declarada.
 
Aqui chegados, forçoso é sublinhar quão cruel é o que se vai exigindo a Biden, um homem bom, um patriota dedicado e um político que está do lado certo da História. Como impiedosos são os títulos desqualificantes com que se confronta em crescendo e em múltiplas línguas (atentem, ilustrativamente, no do espanhol “El Mundo”). E depois há ainda a já requentada questão do papel das redes sociais, mais atentas à forma do que ao conteúdo (como bem sugere Jeff Danziger), e a incontornável questão dos inner circles, no caso dos conselheiros e próximos do presidente que tudo continuarão a fazer para salvaguardar os seus pequenos ou grandes e irrepetíveis poderes. Uma situação de brutal complexidade e que, consideradas as prováveis implicações globais de uma vitória de Trump, não me sai mesmo da cabeça...


(excerto de Idígoras y Pachi, http://www.elmundo.es)

(Jeff Danziger, http://www.nytimes.com)

Sem comentários:

Enviar um comentário