sexta-feira, 14 de junho de 2024

MAIS DEMOGRAFIA

Prosseguindo na demografia, e nos gráficos do “Financial Times” – embora desta vez não preparados sob a iniciativa de Martin Wolf –, aqui insisto na complexa situação comparativa da Europa (quer do conjunto do Continente, quer da União dos 27) no domínio em questão. Grande região do mundo com os melhores indicadores sociodemográficos – seja em termos de esperança de vida à nascença, seja em termos de duração de vida das populações –, e também caraterizada por ser fortemente apelativa em matéria de fluxos migratórios, a Europa é a única grande região em que a população conhece um declínio (taxa de crescimento natural negativa) e, por derivação, a única em que a população em idade ativa vem diminuindo e revela tendência para um agravamento na década a vir. A simples observação dos dois gráficos acima reproduzidos diz quase tudo sobre a aflição em que a Europa se encontra e sobre quanto nada indica que a mesma possa ser minorada (vejam, por exemplo, os dados associados ao continente africano).
 
O gráfico abaixo completa a informação dos anteriores, permitindo a observação da curiosa e gigantesca diferenciação existente e previsível da população por grandes grupos etários (jovens, ativos e idosos). No tocante aos ativos, por exemplo, pior do que a União Europeia só o caso japonês, com a China a antever problemas a curto prazo, os EUA a resistirem, a Índia a poder beneficiar de um período ainda longo de crescimento e a evolução da África a mostrar-se exponencial e, por essa via, a tornar adquirida uma continuada pressão migratória sobre o Velho Continente. Apreciações complementares de natureza idêntica são claramente viabilizadas pelo perfil das curvas relativas aos jovens ou aos idosos, sempre confirmando a mudança dos tempos e as dificuldades que dela inevitavelmente resultarão.


(a partir de https://www.ft.com)

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