Desaparecimento triste e sofrido, aos 80 anos, de um mito dos meus anos 60! Françoise Hardy disputava ao tempo, certamente mais na nossa cabeça do que na realidade, a primazia com Sylvie Vartan (a velha disputa na imaginação dos rapazes entre as morenas e as loiras!) quando o “pop francês” possuía uma força que largamente lhe advinha do ensino como primeira língua estrangeira da língua em causa. “Tous les garçons et les filles” (1962) simboliza esse mundo longínquo, recorda em permanência o modo individualizado como cada um de nós o viveu e estará inquestionavelmente no top ten das canções que mais entraram nos nossos ouvidos e agitaram as nossas mentes. Não é tanto questão de avaliar a qualidade intrínseca do conteúdo, antes sim de o mesmo ter marcado indelevelmente uma geração e se ter tornado uma espécie de bálsamo para a inevitabilidade da finitude.
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