quarta-feira, 19 de junho de 2024

ANOUK AIMÉE

Na morte da atriz francesa Anouk Aimée (AA), aos 92 anos, será certamente injusto que aqui enfatize quanto ela se tornou essencialmente, para mim, um rosto e uma expressão de sensualidade associados a dois dos meus filmes de culto: “A Doce Vida” de Federico Fellini (1960) e “Um Homem e Uma Mulher” de Claude Lelouch (1966). O grande realizador italiano, que também a dirigiu em “Oito e Meio” (1963), disse a seu propósito: “Ela pertence à grande máscara do cinema, com este rosto que tem a mesma sensualidade intrigante que o de Garbo, Dietrich e Crawford, as grandes rainhas misteriosas”. Não obstante o que acima afirmo, devo reconhecer que terá sido através do seu desempenho enquanto Lola, a dançarina de cabaret e mãe solteira que construiu a história do filme “Lola, c’est moi” (Jaques Demy, 1961), que AA passou à eternidade na Sétima Arte – o que ela própria também considerou quando convincentemente afirmou: “Já não sei onde começa Anouk e onde começa Lola, onde termina Lola e onde termina Anouk”. Sea lo que sea – peu importe! –, é mais um importante desaparecimento geracional que se regista e muito lamenta. 

Sem comentários:

Enviar um comentário