(Mais uma Mulher
a suscitar a atenção deste blogue, em nome da competência e da sobriedade…)
Em pleno desconchavo do
Estado e Governo e em pleno luto por Pedrogão, foi o bom e o bonito quando a
proteção civil decidiu centralizar no posto de Alfragide os briefings de
comunicação ao longo dia, para dar conta do estado dos incêndios pelo país, das
situações controladas e descontroladas e do esforço de mobilização de meios
para combater o flagelo diário de muitas povoações e territórios deste país.
Estando na memória recente
de todos a descoordenação evidente nesse fim de semana trágico, com tudo o que é
serviço público relacionado com os fogos e a proteção civil a alimentar o fogo
da desconfiança quanto a outras instituições do Estado, a centralização dos briefings
no posto de Alfragide foi vista por muitos como uma reedição da lei da rolha
para tapar os buracos da descoordenação os serviços. O Governo estaria a sonegar
informação à comunicação social e ao país.
Pois, apesar do alarido
de então, com a oposição, nesse caso mais o CDS, a cavalgar a toda a brida a figura
da lei da rolha, a medida entrou em execução e um rosto e uma voz de Mulher passaram
a assumir o comando das comunicações ao longo do dia. Patrícia Gaspar passou a
ser quem apresenta os pontos de situação e as mensagens que de vez em quando é
necessário fazer passar.
A sobriedade rigorosa de
postura e de linguagem comunicacional de Patrícia passaram a dominar a expressão
regular dos briefings que uma época desastrosa de incêndios florestais sempre
implica. Entretanto, não consta que os profissionais da comunicação social
tenham sido coartados no que quer que seja nas suas reportagens sobre os incêndios
mais gravosos. Os senhores Presidentes de Câmara assumiram um novo protagonismo,
aqui e ali um popular mais exaltado zurze a bom zurzir nas operações locais,
sobretudo quando compreensivelmente os bombeiros não chegam tão rapidamente quanto
o desejável ou quando os meios aéreos não estão tão presentes como seria necessário.
Mas, pelo menos, deixou-se de ouvir a segada dos serviços e responsáveis locais
e regionais a darem largas ao seu ego comunicacional.
Entretanto, impávida e
serena, competente, expressiva, sóbria, muito sóbria, Patrícia Gaspar enobrece a
sua função, prestigia-a. Oh como seria um outro universo se todos na administração
pública tivessem esta postura de competência e sobriedade.
Os que tanto atiçaram a
lei da rolha, devem estar algures a braços com o problema de a engolir, sabe-se
lá como.
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