(Numa breve
incursão pelas famosas PENN Tables, agora sob a gestão do Groningen Growth Center (link aqui), que nos oferecem séries macroeconómicas longas
comparativas medidas à paridade de poder de compra, reconstitui uma série longa de 1950 a 2014
do peso da formação bruta de capital fixo no PIB português e o panorama é…)
Podemos dar muitas
voltas ao miolo, podemos questionar que hoje o peso da taxa de investimento
(peso da formação bruta de capital fixo no PIB) não apreende a totalidade do
investimento, particularmente a sua dimensão imaterial, mas dificilmente
escapamos ao veredicto de que a longo prazo o investimento e a produtividade
total dos fatores tendem a comandar o crescimento económico. Com as nossas conhecidas
limitações de natureza demográfica, não podemos esperar que do crescimento da
força de trabalho e do emprego venham ritmos de crescimento muito elevados.
A série do peso da
formação bruta de capital fixo no PIB evidencia bem os períodos da história
económica recente portuguesa em que o esforço de formação bruta de capital foi
determinante.
Em contraponto com tais
períodos, o período de 2008 em diante mostra bem a anemia do investimento e a necessidade
de inverter a longo prazo essa tendência.
Grande parte do apoio ao
investimento privado está capturada pelos Fundos Estruturais. Invocando aqui a
lúcida entrevista do meu colega de blogue ao Público, grande parte senão
praticamente a totalidade do compromisso possível em termos de aprovação de
apoios está concretizada. Assim sendo, estaremos perante uma situação algo estranha:
a política pública já deu o tiro que tinha ao seu alcance para dinamizar o
investimento privado e espera agora em câmara lenta que as empresas que viram o
seu projeto apoiado não tenham constrangimentos de execução.
Algo desconfortável, não
acham?
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