domingo, 27 de agosto de 2017

E QUE TAL ESTAMOS DE INVESTIMENTO A LONGO PRAZO




(Numa breve incursão pelas famosas PENN Tables, agora sob a gestão do Groningen Growth Center (link aqui), que nos oferecem séries macroeconómicas longas comparativas medidas à paridade de poder de compra, reconstitui uma série longa de 1950 a 2014 do peso da formação bruta de capital fixo no PIB português e o panorama é…)

Podemos dar muitas voltas ao miolo, podemos questionar que hoje o peso da taxa de investimento (peso da formação bruta de capital fixo no PIB) não apreende a totalidade do investimento, particularmente a sua dimensão imaterial, mas dificilmente escapamos ao veredicto de que a longo prazo o investimento e a produtividade total dos fatores tendem a comandar o crescimento económico. Com as nossas conhecidas limitações de natureza demográfica, não podemos esperar que do crescimento da força de trabalho e do emprego venham ritmos de crescimento muito elevados.

A série do peso da formação bruta de capital fixo no PIB evidencia bem os períodos da história económica recente portuguesa em que o esforço de formação bruta de capital foi determinante.

Em contraponto com tais períodos, o período de 2008 em diante mostra bem a anemia do investimento e a necessidade de inverter a longo prazo essa tendência.

Grande parte do apoio ao investimento privado está capturada pelos Fundos Estruturais. Invocando aqui a lúcida entrevista do meu colega de blogue ao Público, grande parte senão praticamente a totalidade do compromisso possível em termos de aprovação de apoios está concretizada. Assim sendo, estaremos perante uma situação algo estranha: a política pública já deu o tiro que tinha ao seu alcance para dinamizar o investimento privado e espera agora em câmara lenta que as empresas que viram o seu projeto apoiado não tenham constrangimentos de execução.

Algo desconfortável, não acham?

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