(Trata-se da ironia
mais trágica que por aí anda, mas, com origem em município que sempre andou na
onda de alguma modernidade ou que pelo menos se reivindicava de tal, uma controvérsia
de Vistas curtas traz-nos
o que de pior se passeia pelo universo da justiça …)
Que a política local é pródiga nestas derivas, todos o sabemos já há muito
tempo. Que a disputa Isaltino versus Vistas (aparentemente curtas e sem
charuto) aconteça numa Oeiras que sempre disputou, pela função residencial e por
algumas implantações de serviços, uma espécie de extensão da modernidade
lisboeta já é ironia da mais pura, sugerindo que o verniz da modernidade é
fraco. Que a entourage de Isaltino que vai aparecendo pelas televisões tem
requintes de sinistro também não me espanta por aí além. Mas que a justiça
apareça misturada nesta porfia, mata e caça, com requintes de truquezinho
barato e relações de padrinho-afilhado é ironia de mais. Bem sei que aves raras
não fazem a dignidade de uma profissão, mas para quem como classe se reivindica
da superioridade moral na sociedade portuguesa, este senhor Juiz Nuno Cardoso
promete um longo curriculum.
No meio de todo este arrazoado de pequenas diligências judiciais, duvido
que o cidadão de Oeiras, recém chegado ou residente há mais tempo, deve ter
dificuldade em destrinçar uma ideia relevante que seja, não interessa se daquelas
mais tarde ou mais cedo lhe irá ao bolso ou que lhe massaja o ego e honra de
ali residir. E lá se vai a modernidade da imagem pela sanita abaixo, com
charuto ou sem charuto.
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