quarta-feira, 2 de agosto de 2017

ESTÉTICAS AUTÁRQUICAS




(Não, não é minha intenção rivalizar com o espantoso acervo que Pacheco Pereira estará a coligir sobre cartazes de eleições autárquicas 2017, mas há alguns a que não podemos ficar indiferentes, dadas as mensagens que veiculam …)

No regresso a casa, ao fim da tarde, deparo-me nuns semáforos já perto de casa com o cartaz da campanha de Cancela de Moura, da coligação Gaia de Novo, imagino que apoiada pelo PSD e CDS. Não é minha intenção rivalizar com a reflexão que Pacheco Pereira pode desenvolver em torno do seu acervo, meticulosamente reunido ao longo do tempo, nem tinha material para isso. Não me interessam muito os slogans de campanha, acho sinceramente que eles não interessam para nada e está seguramente por fazer uma avaliação rigorosa do retorno que os mesmos proporcionam aos candidatos. O que me interessa são as estéticas que atravessam os cartazes e que são uma maneira pessoal que tenho de inferir a partir daí o que representam efetivamente os candidatos. Ora, no caso vertente, voto em Vila Nova de Gaia pelo que a referida estética não me é indiferente.

Pois o cartaz do candidato Cancela de Moura impressiona-me negativamente por aquela posição de segurar com a mão o concelho pelo A de Vila Nova de Gaia. É uma estética paternalista, de poder e pouco orientada para valorizar energias e iniciativas locais. Não é estética que me atraia e não é essa a maneira como aprecio que os candidatos se distingam. Marca uma candidatura e estou esclarecido.

Nos últimos dias, nesse mesmo ponto, o cartaz do PS e de Eduardo Rodrigues junta-se ao de Cancela Moura à esquerda do nosso campo visual. A imagem foca-se mais no slogan do que no candidato que como se sabe tem um ar simpático. E o slogan é Dedicado (s) a Gaia. Também não é estética que me entusiasme apesar de tender como sempre a votar no PS. Se um candidato com exercício de poder é dedicado o eleitor já deve sabê-lo ou pelo menos intui-lo. Se isso não acontecer é mau sinal. Prefiro estéticas e mensagens que vão diretamente à raiz dos problemas.

Mas vá lá convencer os técnicos de comunicação!

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