terça-feira, 31 de julho de 2018

A (DES)VERGONHA DA TAP


O que está a passar-se com a TAP é grave e irresponsável. O utente sabe que os culpados não são nem aquelas meninas às vezes simpáticas que lhes põem à frente nem aqueles cachopos imberbes que parecem acreditar piamente nas inevitabilidades que fazem a historieta mal-amanhada que os mandaram repetir aos passageiros afetados (a mero título de ilustração, àqueles vindos dos aviões de ligação que chegam com atraso e que são literalmente despachados de Lisboa para o Porto num autocarro que irá acabar a atravessar a ponte da Arrábida já quase ao nascer do dia ou àqueles, como hoje aconteceu, cujo voo das 20 horas aterra na Invicta à 1 hora da madrugada do dia seguinte). À falta de informação minuciosa que permita uma melhor distribuição de culpas, terei de convir em que as maiores terão de ser atribuídas àqueles cujas caras surgem acima estampadas, todos eles administradores da empresa (embora uns mais responsáveis, por via das suas funções executivas, do que os outros).

Dito isto, é claro que eu sei que tudo começou há já muito tempo atrás e que tudo se desmoronou com o lamentável acordo de privatização que o governo anterior forçou sem justificar muito bem porquê (não o intuímos então e não o confirmamos depois?). Mas também entendo que o atual governo – que quis, e tudo indica que bem, repor uma lógica acionista mais partilhada entre os acionistas privados e o Estado – não deve nem pode tolerar que uma companhia que é de bandeira (diga-se o que se disser) aja da forma incompetente, desligada, trapalhona e arrogante que a TAP pratica diariamente junto dos seus clientes, aliás incrivelmente pacientes perante o indecoroso tratamento que lhes é ministrado, e de um número crescente e atónito de turistas que visitam Portugal e por cá contribuem para o nosso crescimento.

Termino procurando repelir a minha fúria de modo curto e grosso: os Pedrosa são uma coisa clara e Neeleman e os chineses são outra coisa algo menos transparente, mas sempre caberá perguntar onde param os bons princípios da gestão e a palavra fulcral do interesse público. Ou seja, e pondo os respetivos nomes no seu devido lugar: faz falta é que Antonoaldo Neves, por um lado, e Miguel Frasquilho (talvez juntamente com Diogo Lacerda Machado e Bernardo Trindade), por outro, se venham explicar sem tibiezas nem subterfúgios...

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