terça-feira, 24 de julho de 2018

VASCO DÁ QUE PENSAR



Já pensei várias e diferentes coisas sobre Vasco Pulido Valente (VPV). Boas e más, diga-se em abono da verdade. Mas há uma coisa que, mesmo quando lhe passaram pela cachimónia certas opções e algumas barbaridades, nunca deixei de pensar sobre este intelectual que há décadas vem ocupando um espaço central na nossa limitada praça de debate público: a de que se trata de um homem muito inteligente e bem informado, alguém a cujas opiniões importa estar atento.

Ora, após um período de afastamento por motivo de doença, VPV recomeça a regressar ao nosso convívio e continua a evidenciar uma cabeça em boa forma; o que a entrevista que concedeu à “Revista do Expresso” comprova claramente, sobretudo no tocante à sua lúcida abordagem de questões altamente relevantes para a compreensão da reconfiguração que está em curso da ordem internacional (acima, alguns destaques escolhidos, sem prejuízo da tónica que mais nos respeita de uma União Europeia “póstuma de si mesma“ e “a desagregar-se”).

Em relação à realidade portuguesa, VPV deixa também diversas notas merecedoras de reflexão e a que tentarei voltar quando tiver para tal uma oportunidade mais próxima – de momento, fico-me apenas por um parágrafo provocador (“Tal como os portugueses querem viver como se vive na Alemanha. Ter o sistema de saúde da Suécia. E pagar os impostos da Bulgária. Isso queremos todos. Não há ninguém que não queira. É o problema dos países da periferia. As pessoas só querem o melhor do cardápio. Acham que é só abrir o frigorífico e está lá tudo.”) e pelas suas curiosas referências a António Costa e Rui Rio.

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