domingo, 15 de julho de 2018

PERCEÇÕES DO TEMPO



(Todos nos damos conta que o Verão altera a nossa perceção do tempo. E quando os Estios dos nossos verdes anos nos invadem a memória essa perceção diferenciada é ainda mais vincada)

Andava a pensar nisto e eis que senão quando Javier Sampedro pensou no assunto no El País de hoje, domingo:

“ (…) Se o leitor está na praia e é de natureza nostálgica, pode encontrar-se por vezes com o pensamento seguinte: “Ah aquelas tardes intermináveis do verão da minha infância”. Ou simplesmente: “Ai aqueles verões intermináveis da minha infância”. A verdade, e facto, é que aqueles verõess e aquelas tardes duravam exatamente o mesmo que agora, mas é certo que pareciam literalmente intermináveis. A razão é que éramos crianças e que a nossa perceção subjetiva do tempo vai-se acelerando com a idade. Em que se baseia esse desconcertante relógio interno que tanto perturba John Franklin e nos desconcerta ainda a todos?
Os psicólogos experimentais aprenderam muito acerca da nossa perceção subjetiva do tempo, comparando-a com o tempo objetivo que a física mede. Dois elementos essenciais são a sequência de sucessos e a duração entre eles. Mas há poucas situações da vida real que não sejam periódicas. Cada uma das nossas células é um relógio biológico – essa descoberta esteve na base do último prémio Nobel de Medicina – e a sua coordenação marca os nossos ritmos de vigília e sonho, comida, temperatura, atividade metabólica e mil coisas mais.”

Fiquem (bem) com mais esta reflexão estival.

Hoje, por acaso. choveu de manhã.


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