(Todos nos damos conta que o Verão altera a nossa perceção do
tempo. E quando os Estios dos nossos verdes anos nos invadem a memória
essa perceção diferenciada é ainda mais vincada)
Andava a
pensar nisto e eis que senão quando Javier Sampedro pensou no assunto no El País
de hoje, domingo:
“ (…) Se o
leitor está na praia e é de natureza nostálgica, pode encontrar-se por vezes
com o pensamento seguinte: “Ah aquelas tardes intermináveis do verão da minha
infância”. Ou simplesmente: “Ai aqueles verões intermináveis da minha infância”.
A verdade, e facto, é que aqueles verõess e aquelas tardes duravam exatamente o
mesmo que agora, mas é certo que pareciam literalmente intermináveis. A razão é
que éramos crianças e que a nossa perceção subjetiva do tempo vai-se acelerando
com a idade. Em que se baseia esse desconcertante relógio interno que tanto
perturba John Franklin e nos desconcerta ainda a todos?
Os psicólogos
experimentais aprenderam muito acerca da nossa perceção subjetiva do tempo,
comparando-a com o tempo objetivo que a física mede. Dois elementos essenciais são
a sequência de sucessos e a duração entre eles. Mas há poucas situações da vida
real que não sejam periódicas. Cada uma das nossas células é um relógio biológico
– essa descoberta esteve na base do último prémio Nobel de Medicina – e a sua
coordenação marca os nossos ritmos de vigília e sonho, comida, temperatura,
atividade metabólica e mil coisas mais.”
Fiquem (bem) com mais esta reflexão estival.
Hoje, por acaso. choveu de manhã.
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