(Omar Momani, http://www.goal.com)
Disputa-se hoje a primeira meia-final do Campeonato do Mundo. Um jogo que muitos caraterizam como o da verdadeira final, explicando-o pela menor valia futebolística e maior imaturidade tática dos outros dois contentores (Croácia e Inglaterra). Trata-se de um França-Bélgica, que também poderá ser encarado como resultando numa espécie de desforra entre dois dos heróis aos quadradinhos mundialmente mais apreciados.
Os 23 protagonistas de cada um dos lados são os abaixo discriminados e suscitam-me duas ou três notas de especial curiosidade: são 11 belgas e 17 franceses os jogadores com raízes em países diversos daqueles que agora representam (sendo que 21 dos 46 têm ascendência e/ou nascimento no continente africano – que seria das ditas seleções nacionais se alguém agora decidisse recambiá-los a todos?), o que também diz bem da duvidosa significância da ideia de nacionalidade nestes tempos de globalização todo-o-terreno; somente 1 dos 23 belgas joga no seu país, o mesmo acontecendo com apenas 9 dos 23 franceses; 16 (11 belgas mais 5 franceses) dos 46 atletas são profissionais em Inglaterra – onde o maior destaque clubístico vai para o Chelsea (5), o Tottenham (4) e o Manchester United (3) –, 11 em França – com predomínio clubista do PSG (4), seguido do Marselha e do Mónaco (3 cada) –, 8 em Espanha – sendo 3 do Barcelona e 2 do Atlético Madrid – e 5 na Alemanha.
Em termos mais estritamente desportivos, considero a equipa francesa um nadinha mais equilibrada (um bom guarda-redes, Lloris do Mónaco; um sólido quarteto defensivo, que só sofreu 4 golos em 5 jogos – a revelação Pavard do Estugarda e Lucas Hernández do Atlético Madrid como laterais e Varane do Real Madrid e Umtiti do Barcelona como centrais; o infatigável trinco Kanté do Chelsea; os médios Pogba do United, Tolisso do Bayern e o craque em ascensão Mbappé do PSG; na frente, o comandante Griezmann do Atlético Madrid e Giroud do Chelsea) do que a igualmente forte equipa belga (um guarda-redes excecional, Courtois do Chelsea; uma defesa intratável na sua base “inglesa” – Meunier do PSG, Alderweireld do Tottenham, Kompany do City e Vertonghen do Tottenham; uma linha média altamente tributária da inspiração de Hazard do Chelsea e integrando ainda o excelente De Bruyne do City, ambos coadjuvados pela mediania incansável de Witsel do Tianjin, Fellaini do United e Chadli do WBA ou Tielemans do Mónaco; um “tanque” como Lukaku do United num ataque que já fez 14 golos em 5 jogos). Votos de muita qualidade em campo e de que ganhe o melhor!
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