(Notas de atualização do Congresso Extraordinário do PP
para eleição do novo presidente do partido, ainda sem resultados, mas com
sinais marcantes de uma sexta feira que fala por si. O fantasma
Aznar parece ter sido liquidado, mas pouca coisa terá sido dita sobre corrupção,
mau sinal.)
Breves reflexões
para registar as novidades trazidas pelo primeiro dia do Congresso Extraordinário,
que não foram poucas.
Por entre lágrimas,
elogios, registos e discursos comoventes, embora com a corrupção em banho-maria
e aparentemente esquecida, Rajoy terá enterrado de vez o fantasma de Aznar (o
que para mim é sempre sinal de regozijo quando se trata de liquidar o bigodinho
da política espanhola). No meio de tanto elogio e lágrima furtiva (imagino Manuel
Vásquez Montalban a escrever do Além sobre um registrador de lágrima fácil), Rajoy,
sem o dizer, terá disparado um tiro de morte sobre o candidato Casado, que
havia apostado forte na ligação à imagem de Aznar. Pontos para Soraya Saenz de
Santamaría que fez jus ao seu espanholismo intervindo de leque em riste. Nos
bastidores, Rajoy terá trabalhado e até Nuñez Feijoo se inibiu de tomar partido
sobre qualquer candidato, refreando as suas ganas de ajuste de contas com a
pequenina de pelo na benta Soraya.
A algumas
horas da votação final, os jornais espanhóis falam numa oscilação a favor de
Soraya de Santamaría, atendendo ao ambiente emocional que rodeou a intervenção
de Rajoy e os termos em que ela foi proferida. Veremos o que nos dá o dia de
hoje.
Não se
esperava que a antecâmara da votação se transformasse numa catarse para lamber
as feridas da corrupção que atingiram o partido. Mas quando o futuro político
da direita espanhola está a ser desenhado e não se vislumbra qualquer abordagem
corretiva sobre a questão da corrupção, é sinal de que o PP ainda não compreendeu
o grande lio em que está mergulhado.
Sem comentários:
Enviar um comentário