(Vasco Gargalo, https://www.sabado.pt)
Não tenciono explicar detalhadamente porquê, pelo menos enquanto e por enquanto, mas invade-me crescentemente uma incómoda sensação de fim de festa. Não que esteja de acordo com o teor integral da última crónica de João Miguel Tavares no “Público” (“Uma maioria absoluta para António Costa”), mas porque sempre lhe reconheço um mínimo de sentido – menos talvez em afirmações forçadamente excessivas (“O país descrito por Costa é magnífico, sem dúvida alguma – o meu problema é não saber onde ele fica. Alguém me arranja um mapa que vá dar àquele Portugal?”) do que em preocupações legítimas (“Para chegar ao poder, Costa assumiu uma solução de governo que tem vantagens políticas, no sentido em que responsabiliza uma extrema- esquerda que até 2015 levou 40 anos a dizer ‘não’ sem jamais ter de assumir as consequências daquilo que propunha; mas que, ao mesmo tempo, amarra o país a um modelo de governação incapaz de assumir medidas reformistas, ou um qualquer programa estratégico que não passe por devolver dinheiro, carreiras ou tempo de serviço.”). Sim, porque temo com angústia pelas fraturas que vão ficando expostas...
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