(Emilio Giannelli, http://www.corriere.it)
Tomou posse o novo governo italiano, generalizadamente conhecido como Conte II. Registos positivos essenciais são, obviamente, o afastamento de Matteo Salvini da área do poder – a pergunta importante é “até quando?”, esperando-se otimistamente que possa ser por bom e longo tempo – e a consequente expectativa de uma reaproximação da Itália em relação aos valores europeus – e também às suas nem sempre justificáveis regras – de que se foi deixando arredar sob a gestão populista. Conte declarou ir procurar trabalhar no sentido de rendere l’Italia migliore e terá como pesos pesados ao seu lado o credível presidente do Comité dos Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, Roberto Gualtieri (“Partito Democratico”), como ministro das Finanças e o líder do “Movimento 5 Stelle” (M5S), Luigi Di Maio, como ministro dos Negócios Estrangeiros. O governo nomeado tem 10 ministros do M5S e 9 do PD mais 1 de um partido de extrema-esquerda que faz parte da coligação (“Liberi e Uguali”) e 1 independente, contando com um terço de mulheres (7 em 21) e sendo uma delas a sucessora de Salvini na terrível pasta do Interior (Luciana Lamorgese). Entretanto, já foi confirmado o ex-primeiro-ministro Paolo Gentiloni como comissário europeu designado, falando-se estranhamente (a Itália tem, de momento, a presidência do BCE e do SSM, além do diretor-geral da Comissão na área) do seu nome como provável na pasta da Economia e Finanças – será certamente melhor do que algum “falcão” socialista (como Jutta Urpilainen, a finlandesa que protagonizou um dos mais lamentáveis tratamentos a Portugal nos tempos da Troika) mas assim se evidencia à saciedade – se preciso fora e como sempre soubéramos – quanto a União Europeia está longe de ser um jogo entre iguais e em que impere alguma lógica, coerência e sentido sério de compromisso; e as culpas, essas, são também de quem menos as deveria ter...
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