terça-feira, 3 de setembro de 2019

A PALAVRA SNAP SOBE À CENA



Os cidadãos do mundo que saibam estar atentos encontram nesse exemplar processo do Brexit que se desenrola perante eles um manual ultracompleto sobre como se consegue destruir uma sociedade, uma economia e uma democracia que funcionam. Pessoalmente, continuo tão fascinado como no dia em que o referendo produziu aquele resultado improvável e certamente indesejável de facto para a maioria dos britânicos.

Entretanto, e depois das macabras voltas todas que aniquilaram May e acabaram por conduzir BoJo a Downing Street, eis que o primeiro-ministro literalmente se passa com a anuência da rainha, fazendo com que a oposição desperte e a população salte para as ruas, enquanto os Conservadores se dividem e os europeus ao comando não se mostram dispostos a flexibilizar posições e a facilitar grandemente inversões no processo.

Hoje, a questão estará decisivamente (again!) no Parlamento, com Boris a dar mais um salto em direção ao abismo por via de uma ameaça de snap elections a convocar para 14 de outubro se a Câmara optar por aceitar a ideia de um novo e pequeno adiamento (três meses) do deadline para o Brexit. A parada está muito alta e ninguém ousa arriscar um prognóstico sobre o modo como evoluirá toda esta inadjetivável mess.

(Matt Pritchett, http://www.telegraph.co.uk)

(Ben Jennings, http://www.guardian.co.uk)

(Chris Riddell, http://www.guardian.co.uk)

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