Os cidadãos do mundo que saibam estar atentos encontram nesse exemplar processo do Brexit que se desenrola perante eles um manual ultracompleto sobre como se consegue destruir uma sociedade, uma economia e uma democracia que funcionam. Pessoalmente, continuo tão fascinado como no dia em que o referendo produziu aquele resultado improvável e certamente indesejável de facto para a maioria dos britânicos.
Entretanto, e depois das macabras voltas todas que aniquilaram May e acabaram por conduzir BoJo a Downing Street, eis que o primeiro-ministro literalmente se passa com a anuência da rainha, fazendo com que a oposição desperte e a população salte para as ruas, enquanto os Conservadores se dividem e os europeus ao comando não se mostram dispostos a flexibilizar posições e a facilitar grandemente inversões no processo.
Hoje, a questão estará decisivamente (again!) no Parlamento, com Boris a dar mais um salto em direção ao abismo por via de uma ameaça de snap elections a convocar para 14 de outubro se a Câmara optar por aceitar a ideia de um novo e pequeno adiamento (três meses) do deadline para o Brexit. A parada está muito alta e ninguém ousa arriscar um prognóstico sobre o modo como evoluirá toda esta inadjetivável mess.
(Matt Pritchett, http://www.telegraph.co.uk)
(Ben Jennings, http://www.guardian.co.uk)
(Chris Riddell, http://www.guardian.co.uk)
Sem comentários:
Enviar um comentário