quinta-feira, 5 de setembro de 2019

APERTO A URSULA


Uma fuga de informação sobre a reunião havida entre Ursula von der Leyen (UvdL) e os membros alemães eleitos para o Parlamento Europeu (PE) pela sua área política (CDU e CSU) permite-me uma ilustração cabal do que me preocupa quando observo mais por dentro a política em concreto, neste caso com potenciais reflexos negativos para o curso dos acontecimentos associados à sempre periclitante construção europeia. Segundo um analista da “Politico”, terão aqueles representantes feito saber a UvdL, ao que parece com alguma veemência, a sua incomodidade crítica quanto ao discurso que a futura presidente da Comissão Europeia produziu em julho, aquando da sua audição no PE – um discurso percebido por muitos como too green, overly leftist, or just insufficiently EPPish (demasiado verde, excessivamente esquerdista ou apenas insuficientemente PPEista). Pois é. Às vezes, quase sempre, as boas vontades e as melhores declarações de intenções batem de frente com o fanatismo dogmático dos fechados aparelhos partidários. Logo, e concluo, não vai ser fácil contrariar o status quo montado com epicentro em Bruxelas sob a difusa direção de um eixo franco-alemão mais do que tudo interessado na reprodução sem grandes alardes do instalado establishment político-burocrático.

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